A Paixão de Cristo 2: Mel Gibson Inicia Filmagens da Sequência Após 20 Anos

Mais de duas décadas após o lançamento de A Paixão de Cristo, Mel Gibson se prepara para dar início às filmagens da tão aguardada sequência.

A CEO dos estúdios Cinecittà, Manuela Cacciamani, confirmou que as gravações terão início em agosto, com locações em Roma e diversas outras regiões da Itália.

“Posso confirmar que o próximo projeto de Mel Gibson será inteiramente rodado na Cinecittà a partir de agosto, contando com a construção de vários cenários e o uso de teatros de estúdio”, afirmou Cacciamani. A parceria com a Icon Productions terá como base principal o recém-inaugurado Studio 22 do Cinecittà Studios.

Além dos estúdios em Roma, as filmagens também ocorrerão em paisagens do sul da Itália, incluindo Ginosa, Gravina, Laterza e Altamura.

Em entrevista ao podcast de Joe Rogan, Gibson comentou sobre o roteiro da sequência, descrevendo-o como “uma viagem de ácido” e acrescentando: “Nunca li nada parecido.”

Mel Gibson revelou novos detalhes sobre a aguardada sequência de A Paixão de Cristo, destacando a complexidade do projeto. O diretor afirmou que o roteiro contém “algumas coisas malucas” e exigirá uma abordagem que vá além da realidade física, incluindo representações do inferno e do Sheol.

O Sheol, termo hebraico encontrado na Bíblia, refere-se ao submundo ou morada dos mortos. Segundo Gibson, para contar a história corretamente, é essencial começar com a queda dos anjos, retratando um universo além do nosso:

“Para realmente contar a história corretamente, você precisa começar com a queda dos anjos. Isso significa que você está em outro lugar, em outro reino. Você precisa ir para o inferno, para o Sheol.”

A narrativa abordará a transformação dos anjos rebeldes em demônios e sua influência sobre a humanidade. Esse tema tem sido explorado em diversas obras e, segundo o diretor, será um dos desafios mais difíceis da produção.

Gibson admitiu que o filme exigirá um planejamento meticuloso e reconheceu sua magnitude:

“Não tenho certeza se consigo fazer isso, para dizer a verdade. É realmente muito ambicioso, mas vou tentar, porque é isso que precisa ser feito.”

Outro aspecto em discussão é o idioma da produção. O diretor mencionou a possibilidade de manter a autenticidade histórica utilizando as línguas originais do período, como o aramaico, assim como fez no primeiro filme. No entanto, ele ponderou sobre a dificuldade de traduzir conceitos teológicos complexos para uma linguagem acessível ao público contemporâneo.

Lançado em 2004, A Paixão de Cristo arrecadou mais de 612 milhões de dólares mundialmente, tornando-se um dos filmes religiosos mais bem-sucedidos da história. Agora, Gibson busca expandir essa visão com uma continuação ainda mais ousada e imersiva.