Sonny Sandoval: Fé Autêntica, Música Poderosa e a Jornada de P.O.D.

“Sou grato por viver minha fé. Não quero que o mundo não saiba quem é meu Jesus só porque isso não é o que o mundo diz. Você foi enganado, foi iludido. Meu Jesus, Ele era um rebelde. Ele é um punk rocker. Ele amava as pessoas. Ele as curou e abriu o caminho para termos comunicação com Deus Todo-Poderoso.”

Essas palavras poderiam ter sido ditas por Sonny Sandoval nos anos 90, quando ele ainda era um adolescente. No entanto, décadas depois, ele continua compartilhando essa mensagem essencial. Em um mundo onde muitos de nossos heróis de infância perderam a fé, a devoção inabalável de Sonny é um lembrete revigorante do que me atraiu para essa música tantos anos atrás.

Minha primeira experiência com o som do P.O.D. foi no lendário (e agora extinto) Pterodactyl Club, nos arredores de Atlanta. Eu tinha nove anos e fiquei tão impressionado com a intensidade que precisei de um momento de respiro no cinema ao lado antes de voltar e encarar a energia de Sonny e sua banda no palco. Agora, quase três décadas depois, conversar com Sonny sobre seu novo livro, Son of Southtown, trouxe de volta todas essas lembranças.

O livro de Sonny, especialmente a versão narrada por ele mesmo, é vulnerável, cru e autenticamente poderoso. Ele compartilhou sobre a experiência única de dar voz a sua própria história: “Nunca tinha feito nada assim antes. Eu queria narrar o livro porque gosto de ouvir audiolivros e sempre fico decepcionado quando o autor não faz a própria leitura. Mas fiquei com medo de soar sem emoção e frio. No fim, ficou muito melhor do que eu esperava.”

A força da narrativa de Sonny está na sua honestidade e na escolha de respeitar as histórias alheias. “Quis ser generoso com todos. Não é sobre a história de mais ninguém. Deixo que cada um conte a sua. Se tem alguém que talvez tenha saído um pouco prejudicado, foi o Marcos, mas só porque sempre o vi como um irmão mais novo. Não queria que parecesse algo negativo para ele.”

Se há algo que nunca mudou em Sonny, é o orgulho de suas raízes em Southtown, bairro eternizado na música do P.O.D. “Sempre quis destacar minha vizinhança. Sou muito orgulhoso da minha comunidade e das pessoas. Isso nos moldou. No nosso bairro, era normal ouvir rap, mariachi e metal tocando na mesma rua. Nada era forçado. Somos fãs de música, amamos todos os estilos.”

A autenticidade do P.O.D. impactou até públicos inesperados. Sonny lembrou o choque cultural causado pela presença da banda na MTV: “Estávamos sendo nós mesmos. De repente, aparecemos na MTV e crianças de Tulsa e Iowa que assistiam Britney Spears foram expostas a algo que nunca tinham visto antes.”

Falamos sobre fé. Para Sonny, sua relação com Deus é inquestionável: “Eu tive um encontro real com Deus. Não passo minha vida pedindo provas. Sei que Deus é bom, sei que Ele existe, e sei que Ele me ama. Minha relação com Ele é real, e ninguém pode me dizer o contrário.”

O P.O.D. teve uma ascensão meteórica nos anos 90 e 2000, culminando no álbum Satellite, lançado em 11 de setembro de 2001. Sonny relembrou esse momento surreal: “Tínhamos acabado de lançar um disco que vendeu um milhão de cópias, e não eram só cristãos ouvindo. ‘Alive’ estava no topo da MTV. E então, na manhã seguinte ao nosso lançamento, recebemos a notícia. De repente, o álbum não importava mais. Estávamos como todo mundo—tentando entender, orando.”

Mesmo em meio à tragédia, a música do P.O.D. trouxe esperança. “Escrevemos aquela música antes de tudo acontecer. Não sabíamos, mas nossa intenção sempre foi essa: dar esperança, espalhar amor, mostrar que tudo ficaria bem.”

A presença do P.O.D. no espaço secular não foi fácil. “Sabíamos que tínhamos que ser inegáveis. Que as pessoas tivessem que admitir: ‘Não acredito em Deus e não curto essa coisa de igreja, mas esses caras mandaram bem. Não tem como negar.’”

Sonny continua autêntico, fiel à sua fé e humilde. “Sou grato por viver minha fé. Não sou perfeito. Não sou o modelo ideal. Mas não tente tirar minha liberdade ou me encaixar em uma caixa. Estou apenas tentando viver isso da melhor maneira possível.”

Conversar com Sonny reafirmou por que o P.O.D. foi tão influente para uma geração: eles não apenas moldaram gostos musicais, mas também demonstraram uma fé cristã genuína, poderosa e sem fronteiras. A história de Sonny nos lembra que, quando a fé, a música e a vida autêntica se unem, o impacto é eterno.